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Dream Big City

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Ter | 13.02.24

Review: Half a Soul de Olivia Atwater ( contém spoiler para quem está/quer ler )

CatiDreamer

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Saudações Dream Big City! Estamos de volta com o primeiro review de um livro de 2024 com uma nova estrutura.

Para quem já acompanha o blog desde os primórdios, sempre centrámos a nossa escrita em resenhas de produtos, serviços ou experiências que tivemos e quisemos dar feedback das mesmas. Isso, nos novos tempos não mudou, embora estejamos a praticar uma dinâmica diferente.

O livro que vos vou falar hoje tem o título de “Half a Soul” da autora Olivia Atwater. É um género literário Fantástico e de Romance, onde especificamente falamos de fadas e feiticeiros no tempo da tão aclamada série Bridgerton, apesar de em nada coincidirem. A Editora é Little Brown Book Group. Possui 301 páginas. Demorei um mês para ler o livro. O mesmo só está disponível em inglês.

Desde que foi amaldiçoada por uma fada que Theodora, mais conhecida por Dora na trama, não sente qualquer tipo de emoções. Não sente medo, embaraço, nunca demonstra quando está feliz ou triste, o que a leva a muitos escândalos na alta sociedade inglesa. Já a sua prima, Vanessa, é o tipo ideal para qualquer pretendente na London Season. É muito bonita, graciosa, atenciosa, só fala quando lhe é dirigida a palavra e consegue manter uma conversa agradável sem dizer disparates.

Dora esperava passar despercebida durante a estação de apresentação das jovens em idade para se casar em Londres, quando, acidentalmente conhece o Lord Sorcier, o mago destacado pelo Príncipe Regente, e este descobre a sua condição. Juntos embarcam numa viagem entre o real e o mágico, em busca de uma cura para a misteriosa e angustiante doença do sono que assolava o reino de Sua Majestade e talvez a solução para quebrar a maldição da jovem. Isto fará com que os dois criem uma ligação forte e próxima.

Eu, falando agora da minha opinião sobre a obra, confesso que comecei a ler o livro um pouco hesitante. Começo por dizer que este foi o primeiro livro que li em inglês e estava vacilante, pois achei que não iria compreender bem o texto e perder o fio à história. Felizmente isso não aconteceu. Mesmo sendo num tempo tão rigoroso no que toca à liberdade de ser fiel a si mesmo e na forma como se relacionam uns com os outros, este livro consegue prender e captar a nossa atenção nos pequenos detalhes.

O que principalmente me captou e deliciou foi este romance entre Elias e Dora.

Habitualmente, a minha leitura passeia pela Literatura Fantástica, mas mais voltada para o jovem adulto. Aprecio romances ardentes que englobam o pequeno cliché do enemies to lovers, em que um dos personagens do casal está sempre a ser grosseiro no que diz e nas suas atitudes, tentando afastar o outro, mas só fazendo com se aproximem mais.

Elias e Dora começam por se achar incompatíveis, sendo que ela é muito direta e sincera, sem medir palavras no que diz (devido à sua escassez de emoção provocada pela maldição) e Elias é muito rude e insensível quando demostra a sua opinião. Isso faz com que por um lado ele se afaste dela, mas desperta o algum interesse pela forma de ser de Dora. O que contrasta aqui, com o meu estilo de eleição, é o desenrolar desta história e foi, sem dúvida, o que me prendeu até à última página. A forma leve e doce como eles desenvolveram a sua relação, sem a necessidade de toque ou de gritarem o que sentiam. O olhar, a forma como iam falando um com o outro, a ligação de opiniões em situações da história e o exercício de desencapar a revolta do feiticeiro e descobrir o seu coração bondoso, foram pontos essenciais. Só perto do final é que realmente declararam com palavras os seus sentimentos e o beijo mais esperado, por quem leu, só acontece depois do confronto com o vilão.

Eu sei, não vai ser o estilo de muitos leitores que, assim como eu, preferem livros mais intensos, no entanto, quem é fã de Estúdio Ghibli vai devorar com certeza. A primeira referência que o Goodreads fez ao livro foi “uma mistura entre Howl’s Moving Castle e Bridgerton” e óbvio que eu quis logo ler. Não me arrependo minimamente e posso vir a ler mais deste tipo de histórias. Quem sabe.

 

Basta acreditar.